segunda-feira, 11 de junho de 2007

Com Rockers assim...

Queima da Faro...depois dos concertos e das atrapalhações, eu e os Capitão Fantasma (and friends) chegamos à óbvia conclusão: não há Rock em Portugal! Entenda-se que ao fazer esta afirmação estamos a fazer tábua rasa de muitas coisas que ou existem ou existiram ou começaram a existir, desde o Vitor Gomes sempre fiel ao negro e à postura, até aos Vicious 5 que se impôem como a resposta lusa ao boom de um novo rock (que odiosa esta frase mas...), aos derivados, aos bastardos do Rock, aos trendies das caveirinhas e por aí fora. Mas, pelo menos no que me toca, estas coisas todas sempre foram muito mais um aglomerado de felizes ou infelizes excepções e nunca tiveram (com ou sem culpa) a força de se tornarem cena e mentalidade. E das verdades possíveis esta é, infelizmente, a mais real. Vão por aí à procura do Rock enquanto coisa que vive nas pessoas e encontrarão uma imensa incompreensão. Ver o avozinho abanar o bébé nos braços e o louco da aldeia a partir-se todo ao som de umas guitarradas, ainda é a imagem do Rock no nosso país. Pessoal vestido de preto, com caveiras, cabelos, atitude e tatuagens: excepções meus caros, excepções.

Mas disto é complicado falar sem falhar em demasia. No entanto que a estranheza e a incompreensão são realidades que nos acontecem todos os dias, até aí concordarão comigo. No entanto a culpa não é toda da parolice popular, da ditadura de 50 anos, da perda dos 60s, dos 70s, dos 50s, dos critícos, do pessoal que não tinha dinheiro para ir a Londres comprar discos, etc. A culpa é que esta confusão e dormência chega aos rockers themselves e à razão deste pequeno desabafo de Segunda Feira. Vejamos:

- Buraka Som Sistema (a primeira banda Portuguesa a tocar no prestigiado Roskilde, apenas 9 anos depois de Moonspell o terem feito http://www.roskilde-festival.dk/object.php?obj=115000c&code=45) entrevista na 2..., dois elementos, mesmo discurso "nós somos do Rock...pode não parecer mas a gente iniciou-se foi no rock e gostamos é de rock rock rock rock etc. ad nauseum"

- Hard Rock Cafe, Lisboa...bem sei que o conceito do hard rock cafe é por assim dizer...alargado...mas chego lá para um ambiente multinacional, turístico, trendy, falso, e por aí fora, mas durante algum tempo desligo, mão na cerveja, vestido de preto, cliché, toca Xutos, Bon Jovi toca, depois AC/DC, desejo Whitesnake, 38 Special, ZZ Top, no circuito interno de TV Miracle Man...Ozzy! até já ia sei lá Aldo Nova, Joe Satriani, Queen, muito rockbota yeah! ...tudo se desmorona Prince (de que gosto e se enquadra ao largo no conceito...), Village people e sacrilégio Buraka SS... será que passam Metallica no Mussulo? Conclusão: acabar a cerveja o mais rapido possível, sair de trombas, derrotado e chateado, com os Dialectos de Ternura a morderem-me os calcanhares (uh,uh,ia,ia)

Enfim...com rockers assim, não admira a minha (e dos Fantasma) óbvia conclusão . Considero-me uma pessoa de mente aberta, ouço muita coisa, conheço ainda mais, mas cada vez mais me dá vontade de pelo menos na generalidade (na especialidade é outra coisa) me radicalizar e perguntar...fuck se são rockers porque é que fazem kuduro? se estou no hard Rock porque é que o tenho de ouvir? apetece perguntar...a liberdade é uma coisa de todos mas a fidelidade e não desistir do que se gosta não será a maior forma dessa mesma liberdade? Eu pelo menos estou,sem dúvida, nesse caminho, enterrado até ao pescoço mas com os fones no máximo e não é nada meigo o que estou a ouvir, acreditem.

Quando é que os Ferro & Fogo tocam em Lisboa, caraças???

27 comentários:

sr. grauuu disse...

No Porto há rock do melhor, do melhor que se pode fazer, em qualquer altura e lugar (e se é do Porto é mesmo o melhor do mundo). Aqui no Porto a pessoa por trás destas bandas de referência rock como Pluto e Supernada, o Manel Cruz ,é artista mimado e portanto não promove o que faz nem o quer fazer, pois nem precisa de o fazer.. Mas julgo que se o fizesse o rock levaria uma lufada de ar fresco, com o sotaque do distrito!

Grind On disse...

Bem dito!

Já vi um copo de agua de dois rockeiros a ser num arraial onde tocavam os Ferro e Fogo, ali para os lados de Tires!

Mas Fernando, tens sempre o "2" do Autodromo! Fui lá à relativamente pouco tempo e aquilo continua igual ao que era há 20 anos!

E os vodka laranja continuam a ser pré-misturados em garrafas de plastico! É só servir!

Joaquim Esteves disse...

É verdade esta estranha e triste realidade que se vive em terras lusas...já vi buraca SS ao vivo e realmente, onde está o rock daquilo? enfim, é melhor não iniciar qualquer hostilidade, pois não é isso que procuro. Eventualemente, dentro do som que fazem, até podem ser a melhor banda do momento, mas...rock?

em relação a ouvir umas malhas rock aqui e além...Infelizmente, no cidade onde estudo prolifera a estupidez e ignorancia musical, onde os bares passam todos as mesmas musicas(e por vezes ao mesmo tempo!!!). e eu, enquanto pessoa civilizada, vou aguentando, desligo...vou lá beber a minha cerveja e imaginar os belos tempos que hão-de vir. o que mais me choca é que se, eventualmente , passa uma musiquinha mais old-school, ou (no final da noite) passe metallica ou algo mais pesado no final da noite e s alguem se lembra de erguer os braços e ir curtir, toda a gente olha com desdém! eu não fico a olhar pra eles, enquando dançam desajeitadamente ao som de notas desarranjadas, assobios repetitivos e batidas mais que aborrecidas.
(ah, minha adorada aldeia, onde prolifera o extremo e o gosto por musica...musica a sério)

best regards!

Sophia Cinemuerte disse...

"...será que passam Metallica no Mussulo?"...lindo!

Nádia_Dark disse...

Com a coluna mensal do spectator descobri a cada mês um pouco mais de essência humana por detrás da cultura metaleira, emoções que por vezes nos rasgam profundamente a pele como a raiva, a dor, a revolta, a espera, o amor, o encantamento, que os nossos fracassos só servem para nos levantarmos mais fortes e capazes, que as oportunidades só surgem muito depois de as lágrimas, o suor e o desespero já terem cruzado o nosso caminho, que o ser humano por muito que se debata pelo contrário sempre foi e sempre será limitado e comandado pela dicotomia sentir/pensar em busca de um equilíbrio lógico a que alguns chamam felicidade e outros sobrevivência …
A vida será sempre uma noite escura povoada pelas incapacidades do ser humano, mas sempre com uma luz vaga ao longe que é a nossa capacidade de aperfeiçoamento, autoconhecimento e reflexão...

Grind On disse...

Não querendo entrar em confronto directo consigo, cara Nadia_Dark, mas ando nos meandros do metal há quase duas décadas e não me revejo nessa descrição romantizada do metal!

O Metal ano após ano tem vindo a ser muito embelezado e abonecado.

Fazendo o paralelismo com o post. Para mim uns Evanescence ou uns Within Temptation estão tanto para o Metal como os Buraka Sound System estão para o Rock.

O metal que mais oiço é aquele directo, "in your face", sem preconceitos, agressivo e nada poético!

Gosto do que o Fernando escreve, mas não o revejo como a "essência humana por detrás da cultura metaleira". Essa essência humana estava, por exemplo, na camaradagem no demolido Gingão ou no abandonado Lusitano.

Gostava bastante de ouvir o que o Eternal Spectator tem a dizer sobre a "evolução" do Metal.

Fátima Inácio Gomes disse...

Curiosamente, caro Grind on, o Gingão e o Lusitano fecharam (eu não os conheci)... será que a tal"essência humana" do metal se perdeu? ;)
Se eu fosse uma pessimista com tendências para o melodrama diria que sim... mas não o sou. Por isso entretenho-me a encontrar a "minha" essência, longe do romantismo metálico-gótico de uns e do fundamentalismo metálico-extremo de outros. Verdade verdadinha, meus caros, eu gosto é do que o metal me faz sentir e, tal como o Endovelico, de erguer os braços e soltar o monstro porque me sabe tãããão bem!
Ainda assim... pensando bem, acredito nessa camaradagem de que falas, Grind on... cultivo-a em cada concerto a que assisto

Pixelate disse...

Não existe culto, nem cultura. Existem conjuntos passageiros. Modinhas, que dão lugar a outra e outra tendência.
Não estamos sós... há alguns anos que andamos demasiado acompanhados. Já não precisamos de procurar nada, porque tudo nos chega às mãos com um clic. Quase ninguém colecciona discos. Digo isto porque só muito tarde encontrei um grupo de pessoas tão fanáticas como eu. Se o teu interesse é música, não és visto como um rocker. No dia-a-dia, no trabalho, na escola, és visto como um nerd que só sabe falar do mesmo... porque nem chegam a ouvir o resto.
E os líderes de opinião? Aqueles que têm um suposto poder sobre o público. São rockers? :D

Fábio Vaz disse...

Os meus mais sinceros parabéns pela coluna deste mês da LOUD!
Da fraqueza, Força.

http://rammstein-pt.blogspot.com/

Ana Lua disse...

heylou...venho apenas prestar o meu desagrado para com com "grind on" e "fatima gomes" pelas criticas a "nadia_dark" por varios motivos, sendo que o primeiro é o k concordo k o metal nao tem de ser obrigatoriamente cru e frio, pode conter um pouko de humanidade e pode ser sujeito às + diversas interpretações...em segundo lugar axo absolutamente vergonhoso k venham criticar de uma maneira tao insensivel a opiniao de uma pessoa(ker estejam de acordo com ela ou nao) visto k isto é um espaço pra manifestarmos opinioes e concepções e respeitarmos as dos outros, ainda k sejam contrarias às nossas...é uma questao d ética, respeito e civismo, o k plos vistos nem toda a gente possui...
quanto á "fátima gomes" axo o seu comentario simplesmente vazio e arrogante...
*** keep it true ***
*** promote respect ***
*** see clear ***

Ana Isabel

Fátima Inácio Gomes disse...

Creio que houve aqui um mal entendido, cara Isabel. Não critiquei o post da Nádia... por acaso, ficou por dizer que o achei muito bem escrito e poético.
Pode ficar à vontade em considerar o meu de arrogante, cada um com a sua percepção. Mas para quem defende tão acerrimamente a opinião alheia, foi muito ligeira na avaliação da minha. Apenas frisei aquilo que para mim é uma prática, no mundo do metal, e "na minha opinão", uma má prática: classificar e etiquetar constantemente estilos e tendências.
Eu prefiro ser uma espectadora do que me rodeia, sem interferir nos gostos e práticas de cada um e faço justiça às palavras do fernando e ao nome do blog: "spectator" deste circo, verdadeira naquilo que sinto.
Nota: excuso-me comentar os chavões finais... nem esta coluna é espaço para tricas pessoais.

Ana Lua disse...

Cara fátima, peço desculpa se exagerei no meu comentário...mas apenas senti um tom arrogante e frio no seu comentário a "nadia_dark" e friso aki pra k duvidas n restem que n faço a minima ideia d quem seja a mencionada e mt menos das motivações pessoais ou sociais que a levam a ter essa visao do metal, axo k isso só a própria saberá explicar...eu refiro- à atitude sistematica de rejeição da opiniao e das ideias alheias, o k acontece todos os dias em todo o lado: seja num autocarro, num bar ou num concerto...quantas vezes vemos ao nosso lado em concertos violência física e psicológica simlpesmente pk uns ouvem within temptation e outros sons bem + extremos...serao necessarias, pergunto???
axo k o nosso objectivo é comum e tem vindo a ser conseguido ao longo dos anos, mesmo com estas divisões desnecessárias, que é fazer com que o universo metal seja respeitado e com isso criar estruturas físicas e psicológicas no sentido de fomentar cada vez mais a vinda grandes bandas ao nosso país: este ano podemos orgulhar-nos d ter por cá Type O negative e dream theater...
Veia poetica eu nunca tive, sou excessivamente terra a terra e tb nao sei escrever coisas bonitas e emotivas como a "nadia_dark" ou ironizar como alguns, simplesmente sou frontal e respeito todos e cada um, quer os poeticos, quer os realistas, quer os que ouvem evanescence ou os que têm preferências semelhantes às minhas...a única coisa que tenho talvez é a "capacidade de reflexão"...

Fátima Inácio Gomes disse...

:D Como é bom falar com gente inteligente! (e não estou a ser irónica, valha a ressalva).
O problema destas curtas mensagens é, de facto, não se perceber o tom em que são ditas. Por ventura, colamos uma mensagem a outras que estão no nosso inconsciente e... voilá o "tom". A minha ironia não se prendia nem à Nádia nem ao Grind... prendia-se com o fenómeno "classificador" em geral, aliás, aquilo mesmo que acabas de criticar.
Logo, lá estarei em Dream Theater. Pela banda e pelo seu trabalho. ;) (Quantos do meu "grupo" não abominam o estilo!... e não falo do "grupo" de trabalho, que nem sequer têm percepção dos meus gostos musicais!ehehe)

Grind On disse...

Bom! Não quero nem quis ofender ninguém, e também sou totalmente aberto ao dialogo, por isso dialoguemos...

Todos gostaram deste post e depois venho aqui ler que existem problemas em tratar o tema de "classificação e rótulos".

Mas afinal o post não comenta, e bem, o rotular de Buraka Som Sistema ao Rock?

Depois há o dialogar, e o concordar. Eu discordei em absoluto na forma como a menina Nadia_Dark entende a "cultura metaleira", e expressei essa opinião sem ofensas.

O metal para mim não é isso, nem nunca será! Vejo-o de forma diferente... Não imponho a minha visão das coisas a ninguém, mas como animal pensante critico o que vejo, leio e oiço...

Eu reafirmo o que disse e não lhe tiro uma virgula. O Metal, e toda a sua actual abrangencia, está a descaracterizá-lo! Estamos na moda das orquestras a caminho da moda dos unplugeds. Que bonito seria ver os recem reunidos Possessed fazerem um digressão de concertos unplugeds, tudo em prol da tão afamada maxima: "evolução natural das coisas"!

Ana Lua disse...

obrigado...acabei d ver o seu perfil "fátima" e senti-me pequenina por estar a dialogar com uma professora de português!!!bem-haja, eu tenho 18 anos e todas as professoras d portugues k tive a infelicidade de ter só ouviam fado, rui veloso e música africana...e pior, impingiam-na nas aulas...ainda bem k tb existe o lado contrário...
é do porto???

Nádia_Dark disse...

Voltei e sinceramente apanhou-me de surpresa toda a polémica gerada pelo meu comment...

Não fico minimamente preocupada com as críticas que me foram feitas, porque natural e genuinamente, escrevi o que penso e sinto em relação a paralelismo metal/vida...

Escrevi-o simplesmente, porque em diversos momentos consegui tirar sérias lições de vida das crónicas mensais do spectator, sim pk todos temos uma essência humana e como tal sentimos as coisas, embora uns mais do que outros...e senti-me próxima, algumas vezes, das emoções que o spectator descrevia, porque sentia que no meio caminho se passava o mesmo...

E sim, o spectator tb transmite emoções e sensações HUMANAS na sua coluna mensal, não fala apenas do metal, mas do k sente em relação a tudo...axo mesmo k a minha crónica favorita é a "Solidão", pk´na minha opinião é a k contém + humanidade...

Grind on, as pessoas não são d ferro...mas não o critico...

Tenho o péssimo hábito de filosofar as minhas opiniões, e de as partilhar...como eu tirava 18 a português e filosofia no secundário, de certa forma mentalizei-me para ouvir todo o tipo de críticas, porque fui convidada para vários foruns de debate com escritores(inclusivé jose rui teixeira) e publiquei vários textos no joranal da minha escola o que implica smpr ouvir todo o tipo d coisas...

Quanto à Fátima, apesar da crítica, bem haja!!!
como a senhora tive uma professora de IDES e Sociologia no 12ano, Grande Ercília :D
Nas aulas deixava-m levar os meus cd's e tentar educar musicalmente os meus colegas...foi uma missão condenada ao desastre, mas valeu a pena tentar :D

Fátima Inácio Gomes disse...

:D A discussão está a tornar-se interessante... Tinha acabado de escrever o meu post e pensava exactamente aquilo que o Grind On apontou... afinal começamos o debate a partir de um texto de clivagem musical... mas, no caso específico, falo das clivagens "dentro" do metal, especialmente porque, como bem disseste, o está a "descaracterizar". Aliás, como entrei no metal quando só havia "heavy metal", confesso que me sinto incapaz de entender toda a abrangência de grind,nu,doom,death,black,progressive,christian,funeral,e tantos mais até ao absurdo de algumas etiquetas que já ouvi. Falha minha, talvez.
Acima de tudo, creio que o metal, como qualquer experiência musical que não se paute pela imposição mediática do "entrar-bem-no-ouvido", é uma experiência pessoal. O metal faz-me sentir aquilo que outra música não consegue: expurga toda a violência latente em mim. Outros senti-la-ão de outra maneira. O encanto é esse, não?

@ Nádia... não me trates por senhora, por favor!... chega o "sora" dos meus alunos. Esse perfil é bastante "oficial" já que está ligado ao blog e fórum que criei, precisamente, para os meus alunos... há tanto potencial de discussão que não cabe numa aula!!! Aparece por lá, participações como a tua são muito bem vindas! ;)

Fátima Inácio Gomes disse...

Vão-me perdoar voltar "ao ataque". É que respondo sempre com o ímpeto do momento, sem grandes ponderações. (Se idade ensinasse algo já poderia ter aprendido. Sou, portanto, um caso sem remédio! :D) Depois, fico com as impressões a deambular no espírito e com uma vontade tremenda de "batalhar" mais. Na prática, fiquei com esta frase do Grind em mente:
"Que bonito seria ver os recem reunidos Possessed fazerem um digressão de concertos unplugeds, tudo em prol da tão afamada maxima: "evolução natural das coisas"! "

Creio que não voltar a haver o mal-entendido de confundir opiniões com pessoas, por isso fico à vontade em pegar na frase do Grind.
Entendo bem o que ele diz, quando fala em particular dos Possessed a fazer unplugged *medo* :D mas despertou-me particular interesse a questão da "evolução natural das coisas".
Não haverá muitas vezes, e em particular no mundo do metal, uma tirania dos fãs para com as "suas" bandas? Prcisamente por causa da excessiva clivagem, não se tirará liberdade às bandas para criarem e recriarem estilo? Afinal são artista. Queremos que sejam criativos. Depois são tantas vezes acusados de se terem "desviado" da linha "pura" do estilo tal que os caracterizava, ou de se terem "vendido"...
Que pensam disto?

A propósito, e porque somos amantes de música, vamos apoiar a iniciativa dos Pitch Black no Dia Mundial da Música:
http://forum.moonspell.com/viewtopic.php?t=39985

Grind On disse...

Fatima,
Percebo o que diz, e é um tema interessante. Muito recentemente, após ver a rubrica da VH1 "Then and Now", fiz a seguinte experiencia:

Aqui no meu trabalho peguei em dois temas de Paradise Lost:
1. Gothic (do album Gothic)
2. So Much Is Lost (do album Host)

Enviei-os para alguns colegas a perguntar qual a opinião deles. A resposta foi obvia: O Gothic ninguém suportou, o So Much Is Lost teve muito boas criticas.

Pergunto: É mais normal uma pessoa gostar só de uma destas musicas, ou gostar das duas?

Eu adoro o "Gothic" e acho intragável o "So Much Is Lost". Acho isso normal. Acho muito mais fundamentalista uma pessoa agarrar-se a uma banda e dizer que gosta tudo o que ela faz por fanatismo. Acho muito pouco normal haver pessoas que gostem dos dois temas. Mas, como já devem ter reparado, eu não sou uma pessoa muito eclética.

As bandas podem e devem criar o som que entendem... nada contra! Agora, se mudam radicalmente de som, não podem pedir aos seguidores que se mantenham com eles.

Fátima Inácio Gomes disse...

ahaha Agora deixaste-me sem resposta! (e olha que é um feito difícil!)
Mas também foi um golpe baixo!... é como comparares um bom alvarinho da minha terra com vinho de missa! ehehe

Apesar de não me perder muito por PL (nem sei bem porquê, porque oiço muito bandas do mm género) a Gothic é um exlibris... e a "so much", de facto, está perfeitamente descaracterizada... nem o gutural característico do Rod Tyler existe...
Bem, no caso, os fãs devem conceder-lhes essas liberdades, não ouvir aquilo que não apreciam e esperar por nova aventura (constou-me que este último está muito bom... não ouvi ainda)

Só hoje li a coluna do Spectator... não é que o Fernando também fala da criatividade (ou falta dela?).
Leiam... depois falamos. :D

Diogo Duarte disse...

Para grande surpresa minha, sendo eu leitor regular das tuas excelentes crónicas, o que acabei de ler é um péssimo texto. É tão mau, tão redutor, tão provinciano e tanta outra coisa, que eu nem acredito realmente que tenha sido escrito pelo Fernando Ribeiro. Se foi, só podias estar ou num dia mau, ou a prestes a explodir com a necessidade de um desabafo qualquer e eu compreendo isso. Compreendo ainda mais que tem que se por o dedo na ferida, mas há boas maneiras o de fazer.
Se estas são realmente as tuas opiniões frequentes e a perspectiva que tens do Rock, só posso ficar satisfeito pela música falar outra linguagem e Moonspell me transmitir o que transmite.

Rage disse...

Sr. grauuu se estivéssemos a espera de Plutos e Supernada bem podiamos morrer sentados a espera....claro que sempre vamos tendo alternativas.
Concordo em muita coisa com o F. Ribeiro mas a culpa das coisas estarem como estão não são da responsabilidade exclusiva dos Buraka S.S. e do Hard R.C.
Já agora porque não se fazem festivais de musica de metal com bandas de qualidade sem ser no Barreiro, em Barroselas e outros locais no fim do mundo, não há publico nas grandes cidades? Só há indies e hip hoppers de trazer por casa?

Joaquim Esteves disse...

poi,pedro, parece-me que só em certos sitios é k existem festivais de metal...também, é preferivel termos poucos e bons,do que muitos e maus e ao mesmo tempo. também devemos reparar que os festivais (excepto SBSR, rock in rio e alive e por ai fora) sao todos em aldeias do cu de judas! o que ate é porreiro(no meu ponto de vista), pk ao menos ninguem chateia e sempre se vai conhecendo um pouco deste pais tao pequeno e que quase ninguem conhece completamente.

Em tons de desfecho, so gostaria de dizer aqueles que discutiram fortemente o que era metal e ser metaleiro e n sei que mais, isso já n é um tema mais que debatido?ainda é preciso bater na mesma tecla, uma e outra e outra e outra vez?ah, e ja agora, (eu comofiz uma leitura diagonal dos comentarios), ninguem reparou que n era sobre o que era ser metal ou metaleiro, o assunto do posto do Spectator?gee...

Fátima Inácio Gomes disse...

A conversa não seria sobre metal e metaleiros, mas sobre rock e rockeiros, sobre pseudos qualquer coisa e clivagens!gee...

A conversa é como as cerejas...
E a piada é essa! ;)

Afonso Sade disse...

Rótulos e mais rótulos!

Concordo em certa parte contigo, pois há por aí mto “rocker” que não faz a mínima ideia do que o Rock é!
Mas será que não estamos a entrar numa fase de misturas e só porque usam uns acordes de rock acham que merecem o rótulo?
No Metal já entramos à muito nesse “erro” que por vezes, muitas vezes, é vantajoso. Digo isto porque gosto muito de Gótico e sendo assim procuro os rótulos das bandas pela sonoridade que mais me fascina. Mas stresso muito quando aparecem rótulos do tipo: Progressive/Melancholic/Gothic/Melodic/Atmospheric/Industrial/Doom/Ambient/Darkwave Metal, Isto nem é carne nem é peixe… será que fazem mesmo música?
Deveria apenas haver categorias gerais! Rock, Metal, Pop e coisas do género, e algumas, poucas, subcategorias.

Resumindo, vivemos numa sociedade de labels criticamos e escarnecemos, mas no final acabamos por cometer os mesmos erros!

Never disse...

Bom...

O nosso amigo toca num ponto que, embora passe ao lado de muitos, é alvo de constante "relembrança" aqui na minha cabeça. E porquê? Ora, é simples, porque não sendo eu alguém que propriamente se encaixe no estereótipo que o meu caro acabou por definir como, "O Rocker", sou um convicto amante dos que o são, do movimento, de todo o misticismo que o envolve (como, muito bem, o acabo de ouvir mencionar na entrevista que por esta hora está a dar na Antena 3, esse tal misticismo do Metal, dos Metaleiros).
Em última e maior instância, sou um amante do Rock, permita-me que comece em Pink Floyd e venha por aí abaixo até aos dias de hoje, que me diluia nos anos 80 por movimentos paralelos ao Rock, mas sempre com grandes bandas e grandes temas, reduzidos, no entanto, em número, à medida que entramos nos anos 90 até hoje, penso.

O nosso país sofre de um mal que não nos é exclusivo. Por essa Europa fora, toda uma enorme "carrada" de gente adere facilmente ao "MTVismo", a ouvir com o mesmo inconsciente e resignado (arrisco, ignorante), à-vontade, o sucesso da Shakira, seguido pelo novo tema de Evanescence... E então, dentro da parca consciencia do que é bom ou mau, consome-se o material mais facilmente adquirível. Eu acredito, sim no fosso emergente entre Mainstream e Underground, é necessário separar o trigo do joio, colocar Atitude de um lado, Insuficiencia Mental noutro, esta é tendencialmente crescente, e acredito que imbatível.
Não há Rock em Portugal, não, nem Rockers, pois até aqueles que lá estejam perto se tornam eles próprios em relíquias de nariz empinado. Senhores que se consideram de alguma forma superior (??), diferentes dos outros, só porque possuem, aliado à paixão por todo o movimento, o aparato (que definia o meu caro, no tal estereótipo de Rocker). É pena, perde-se assim a comunhão e união que deveria existir entre os bons restantes, sobreviventes....do Rock.... mais, da boa música.

Recuso-me a escrever sobre Hard Rocks, Burakas Badamerdas e afins... Estou, irremediavelmente farto, daí o meu forte bem-haja por alguém com voz na matéria (literalmente) se ter manifestado sobre esta malfadada situação.

Anônimo disse...

bom comeco