Sair da toca mesmo quem, como eu, não tenha tido que enfrentar a maldição das férias (apesar de algumas escapadelas), é uma experiência a todos os termos boa, pelo menos para mim. Apesar das olheiras alheias que cruzam os nossos olhares, apesar do arrastar de pés, apesar do desnorte líquido e das ressacas de areais; o cheiro a Metro entra bem nas nossas narinas, o ter que estar em lado tal, a tal horas, coisas na secretária para ver/resolver, e no meu caso abrir as gavetas das emoções e deixar saltar as coisas que não se compadecem de sóis ou ondas, cá para fora, é, sem dúvida, aquilo que me é mais próximo. E isso faz-me sentir bem, confesso. A rotina é algo que me fascina, porque não a possuo tanto quanto gostaria. Mas só a tentativa de a criar já é suporte suficiente para me deixar entusiasmado. Ao ponto de nem pensar: há tantas coisas para fazer! Ainda bem, já lá vamos ou vamos lá!
O Verão correu-me bem. Pessoal e profissionalmente. Antes de Agosto cheguei a um limite de trabalho que me causou alguns problemas, levando-me a um stress pouco aconselhável. Com o episódio das bagagens e com o desgaste provocado por andar atrás delas, retirei-me de cena durante três dias mas depois voltei quase novo. Tive pena de não parar mesmo oito dias mas não pude, sem lamentações. No fiel da balança pesam sim os concertos magníficos no Wacken, Tuska, Hellfest, Coliseu (que não ligou às polémicas e se manifestou positivamente), entre outros que me fizeram sentir como parte de algo muito especial. Falo disso nos artigos deste e do próximo mês da Loud! Check it out! As reacções foram tremendas e alimentaram-nos a confiança para o que se avizinha em termos de responsabilidade, criação e, yes!, rotinas.
Setembro entrou e pelas 00.45 de uma noite que começava telefona-me um amigo. Primeiras palavras: tenho más notícias. Fiquei aflito, confesso. As horas propícias, a proximidade muita. Diz! Afinal, as notícias eram más mas não dramáticas. Quer dizer, ninguém tinha morrido, ninguém se tinha aleijado, separado, ou desaparecido. As notícias não eram terríveis.
Mas, sobre outro ponto de vista (e viram como salvaguardei as distâncias? então não se esqueçam disso!), talvez estas notícias, embora comuns, sejam mesmo terríveis e dramáticas. O que o meu amigo me disse foi: o Under Satanae já está na net.
Mastiguei aquilo durante um bom bocado. Afinal já não era a primeira, nem há-de ser a última. Afinal, não somos mesmo os únicos, pelo contrário, somos uma gota de àgua num oceano de desrespeito e egoísmo. Esse meu amigo disse que eu poderia escrever ao rapidshare (onde estavam alojados os ficheiros) e participar abuso por violação de propriedade intelectual. Assim o fiz. Com alguns resultados.
A partir de 2000, todos os nossos discos têm ido, por portas e travessas, parar à net. A tecnologia, a democratização da internet, tudo isso que trouxe vantagens e desvantagens a todos, assim o permitiu. Tudo bem (ou tudo mal), são sinais do tempo que nos trazem dificuldades acrescidas mas que, como tantas outras contigências, nos temos, forçosamente de adaptar.
E assim o fiz. Ou, pelo menos, tentei. Para o que não estava preparado era para a mudança de atitude do público que me fez, após muita reflexão, tomar uma couraça mais dura, mais radical, o que, por exemplo, me levou a participar este abuso, situação que, talvez não acontecesse se não tivesse tomado contacto com o espírito leviano que grassa por entre quem faz downloads, de forma não absoluta mas muito, muito global.
Para um músico é complicado e arriscado falar do papel e das obrigações do público na equação das artes. Afinal, dependemos dele para aquilo que nos traz condições de trabalho, sem esquecer o privilégio da comunicação das nossas ideias que sem receptor ficam incompletas. Relembrar ao público os seus deveres é coisa que não se vê muito, por razões que acima ficaram registadas. E, o pior, é que o público sabe disso, fazendo uma "chantagem" silenciosa que encontra eco nas razões com que procuram legitimar o seu incumprimento para com a arte que tanto dizem apreciar e fazer parte da sua vivência.
Sabendo disso e, em consciência, venho aqui fazer exactamente isso- procurar esclarecer alguns mal-entendidos, desmontar alguma da "chantagem" e relembrar alguns deveres. Assumindo perdas, críticas e sobrancerias:
- Durante anos o público sentiu-se e foi, muitas vezes, explorado pelas editoras e profissionais da música que mantiveram as margens de lucro em níveis raramente alcançados por outro tipo de negócios. Para desconhecimento geral do público, o artista também engrossava essa margem de lucro, muitas vezes com contratos absurdos. O porquê dessas assinaturas sem rede é fácil de explicar: as bandas amam o que fazem (as verdadeiras, de qualquer estilo), e assinar um contrato que lhes dê esperança é como passar fome durante dias ou ir numa carrinha semanas a fio, sem banhos, ou dinheiros, ou alimentos. Aliás este amor à arte é, bastas vezes, utilizado como "desculpa" para o não pagamento, ou reconhecimento de direitos básicos dos músicos. Amar algo é fazer sacríficios mas isto vale para todos, não é unilateral. (Beber 20 cervejas, comprar um disco?)
- Não pretendo fazer aqui uma victimização do músico que muitas vezes consegue, against all odds, realizar o seu sonho (muitos até se inebriam com isso) e viver e sentir uma vida muito especial. Mas esse músico começa por dar, não por receber. E continua, faz parte, a dar mesmo que muitas vezes o que receba em troca seja nada, ou desprezo, ou glória quando tudo se alinha. Independentemente disso, creio que o músico está no meio de fogo cruzado, numa guerra entre editoras e público, onde uns se vingam e outros se agarram ao poder com unhas e dentes. Com desespero.
- Na contabilidade das emoções, o público esquece-se de que existem coisas sem preço que os músicos lhes dão e custa-me muito sempre que se anuncia um concerto, um disco, uma edição especial (feita mesmo para combater a pirataria e convencer empedrenidos fãs que não compram o disco da sua banda preferida!) se quantifique sem excepção. A vida está má mas seria bem pior sem essas coisas sem preço sejam o sentimento de grandeza ao ouvir o Wherever I may roam dos Metallica (que foram crucificados pelos fans por invocarem um direito legítimo), perder a virgindade aos som de Cradle ou HIM, andar pela floresta, ouvindo Emperor entre inúmeros exemplos. Os Metallica são milionários mas fizeram milhões felizes. Não merecem uma vida folgada (que nunca o é) ?
- O público criou o mito de que as bandas agora vivem de merchandise, de dinheiro dos concertos, de que a maioria das pessoas que fazem downloads são fãs que compram sempre o disco. Há que destruir esses mitos: as vendas de merchandise não aumentaram substancialmente para ninguém. A venda de discos traz mais vontade e identificação de usar as cores das bandas. O mesmo se aplica aos concertos: muitas vezes são os relatórios de vendas que servem de guia a um promotor para contratar uma banda, ou a colocar num posição digna num festival. Na net não existe controlo possível nem vontade de o estabelecer. Por último está mais que provado factual e estatisticamente que as vendas têm caído vertiginosamente o que nem nada abona a pretensa "maioria que compra".
- Mitos e desculpas outras: a divulgação que as bandas obtêm pela net. Verdade, mas que não passa em absoluto pelo download ilegal dos temas que, pela resposta e capacidade de adaptação de músicos e alguma editoras, desenvolveram tecnologia streaming, downloads pagos, myspaces de música, youtube, entre incontáveis outras maneiras de conhecer uma banda sem a ferir legalmente nos seus direitos. No geral, esta divulgação tem tido também os seus efeitos perversos ao descer a fasquia da qualidade das bandas e artistas que se estream online sem a maturidade que se exigia outrora, certificando alguma qualidade. Há quem chegue a comparar o download a gravar cassetes (!). Eu não conhecia ninguém que tivesse acesso aos discos sem eles saírem e que os gravasse em cassetes na ordem dos milhares de temas!!!
- Todas estas referências, notem, se encontram na ordem das adaptações dos músicos e editoras aos tempos e não do público, que continua sentado enquanto a barrazinha se preenche.
- Se a fortuna dos músicos está sempre na ordem do dia, a fortuna dos patrões adolescentes dos sites de partilha nunca é questionada! A ordem é perversa: os músicos criam, as pessoas fazem upload, os sites disponibilizam, as pessoas fazem download, levando com toda a publicidade possível que os leva a consumirem outras coisas desviando dinheiro para grandes companhias quanto mais não seja para as que gerem a internet e cobram "excesso" de tráfego. Ou tráfico. Vampirism, anyone?
- E o que mais me deprime no meio disto tudo é a resistência impensável por parte do público (algum público, perdoem-me, mas mesmo assim muito, demais!) quando uma banda exerce ou tenta reclamar os seus direitos. A dignidade morre neste momento e vejo imagens da música a ser sovada por todos os lados, as pessoas querendo mais e mais, mas fazendo de tudo para acabar com ela (um pouco como o planeta). Vejam o caso dos Metallica com o Napster. O caso de alguém que simplesmente diz o que está errado e procura que as coisas aconteçam de outra forma, e que é criticado por isso com argumentos de quem, desculpem, não conhece, não sabe o que diz. (podia estender aqui o assunto aos custos de estúdio, de produção, percentagens, viagens, a música não é só lucro, meus amigos...)
- Agora queria pedir desculpa pela extensão do artigo. Muito mais há por dizer e o farei em outras ocasiões, com toda a certeza. Mas termino por dizer: sei bem que de pouco adianta escrever ao rapidshare, ao portal x, y, ao youtube, ao diabo a sete, para que retirem os nossos conteúdos, ou para que os utilizadores parem de os partilhar ilegalmente. Não sou ingénuo. A intenção dessa tomada de posição têm ( e perdoem-me a comparação que sei injusta) o mesmo valor das queixas que se apresentam quando existem violências várias que só agora começam a ser denunciadas. Tipo violência doméstica, por exemplo. Há que mostrar sempre às pessoas o outro lado das coisas. Há que dar sempre a resposta possível às impossíveis injustiças. É isso que nos destaca. Que nos permite a verdade. É isso que prova o nosso amor. Somos comos lobas que defendem as crias. E ninguém tem o direito de querer desprezar isso. Nem o nosso maior fã.
ps: só ontem recebemos mais de 100 mensagens no myspace de moonspell, na sua grande maioria insurgindo-se contra o download ilegal dos nossos temas. As vitórias são assim, pequenas mas importantes. o ficheiro foi apagado do rapidshare.
14 comentários:
Caro Spectator:
devo assumir que nao sou puro de alma, que nao comete alguns crimes,que citas. Achas que obtenho prazer nisso?Quando compras 1cd e ficas o resto do mes a contar os trocos no bolso...quando tens k pagar as contas e que comer...e verdade, eu sei que e dificil para voces, mas no meu caso(e como no caso de muitos) a musica pra mim e divertimento e um luxo, ao passo k pra ti e a tua vida e o teu ganha pao.primeiro a boca, dps o coracao...=|
Quem me dera a mim poder comprar muitos mais albuns, poder ir a mais concertos, poder comprar merchandise. Mas,infelizmente, a cultura esta demasiado longe das maos do comum tuga.Nao vou dizer k os cds sao (TAOOOO)caros,mas nao sao de borla.infelizmente, estao fora do meu alcance...
mas tambem ha que ver: ha mta gente k faz downloads d albuns que jamais iria comprar...
best regards
Caro Fernando,
Aquele bulletin do MySpace despertou-me a curiosidade e já calculava que haveria uma reacção tua por aqui.
Obviamente que não me posso colocar no teu lugar ou no de qualquer outro músico mas não será necessário grande esforço para fazer uma ideia do que possam sentir.
Concordo com tudo o que dizes e acho que nem vale a pena apresentar argumentos em defesa dos downloads e da troca de ficheiros. Ainda assim, não resisto a confessar que foi através de downloads que descobri muita música, particularmente de géneros que não me eram tão próximos e de épocas distantes da actual. Não fossem os downloads talvez ainda hoje pensasse que os Beatles do “Love Me Do” não seriam capazes do “Helter Skelter” e não consideraria álbuns de Swans autografados pelo Michael Gira como autênticos tesouros.
De igual modo, estou em crer que grande parte da nova geração de fãs de Moonspell teve o seu primeiro contacto com a vossa música através de um download ou cópia em CD-R. Obviamente que estou a especular mas penso não estar muito longe da verdade.
O debate não é novo e confesso que já me causa algum desinteresse pois desde essa fase Metallica vs. Napster que não vejo grandes novidades. É verdade que houve um crescimento nos downloads legais em sites como o i-tunes mas acho que a bola não está do meu lado (público) ou do teu (músico). A bola está há muito tempo do lado da indústria que, como bem referes, durante tanto tempo explorou público e artistas de forma impune. Do lado deles não creio que ainda tenha havido uma resposta cabal, apenas ameaços… Obviamente que também são parte interessada mas estranho como é que nos últimos 10 anos não conseguiram prever esta situação e precaver-se contra um possível colapso da indústria discográfica.
Mas o que me deixa intrigado em tudo isto é perceber como é que estas situações não são devidamente acauteladas. Tu sabias perfeitamente que o leak iria acontecer mais cedo ou mais tarde, tal como a editora o sabia. Se não fosse agora era para a semana, ou na seguinte. É sempre uma questão de tempo mas se o disco aparece na net (bastante) antes da data de edição, a responsabilidade é de alguém.
Calculo que seja difícil quantificar as pessoas que têm acesso ao disco antes da sua edição, seja desde a fase de estúdio, produção, masterização, fábrica, editora, etc.. mas é de presumir que se tratam de profissionais do ramo e que também não terão nenhum interesse em metê-lo na net e prejudicar as suas vendas. Todos têm a lucrar com o sucesso comercial de um disco.
Também há depois o problema das cópias promocionais para a imprensa mas causa-me estranheza que isso não possa ser controlado. Sei que houve um caso recente com um jornalista italiano e uma banda – não me recordo qual – em que foi possível identificar o responsável pelo leak e terá até resultado em despedimento.
O exemplo dos Metallica demonstra bem o risco que assumiste em tomar uma posição em relação a este assunto. No fundo, estás a defender o que é vosso mas isso no caso dos Metallica não teve resultados nada positivos, como sabes.
Sublinho, compreendo todos os teus argumentos e concordo na contra-argumentação que fazes visando destruir os tais mitos do público que é “a favor”. Dúvidas terei contudo em concordar que tenha existido uma mudança de atitude do público, a tal que te fez “tomar uma couraça mais dura, mais radical”. Acho que tem é havido uma passividade, quiçá conformismo, da indústria perante o estado a que isto chegou. Isso resultará eventualmente na aposta das editoras apenas em bandas com expectativas de vendas seguras (como são, com todo o mérito, os Moonspell) não arriscando em novos projectos com um potencial que fica por explorar (e não queria usar este verbo).
Admiro a abertura com que falas deste tipo de assuntos, sem tabus ou receios de reacções negativas de quem quer que seja. No entanto, ao torná-lo público, gostaria que desses também conta de eventuais desenvolvimentos, caso entendas que os mesmos não necessitem de permanecer no foro interno da banda e editora – o que também será perfeitamente compreensível, e legítimo. Talvez percebendo um pouco melhor o que se passa do vosso lado e do lado deles, as mentalidades deste lado se possam ir mudando.
Entretanto, quase em jeito de provocação (sorry), se encontrares por algum rapidshare ou coisa parecida o disco a solo do Dax Riggs, dá-lhe uma oportunidade.
Um abraço,
RA
Parte do "vosso trabalho", como autores, passa por fazer cair alguns desses tais mitos urbanos que tornam a pirataria bem mais confortável: que as empresas discográficas têm largas margens, os lucros das digressões, etc, etc. No fundo para apelar à consciência de cada um, porque quem faz download na verdade não tem perfil de criminoso, e tudo isto não mais que que uma série de pretextos para amenizar a culpa.
Mas as coisas não se ficam pela música: a pirataria de software hoje é, socialmente, ainda mais aceite que todas as outras, nos meios mais técnicos, como o meu, é banal o uso de ebooks piratas, e por aí fora...
Cumps!
t3mujin
Fico feliz por estar bem profissionalmente tanto quanto pessoal!
Voçe tem rotina,apenas não percebe porque faz o seu trabalho com amor(é o que acho)!
Como é possivel U.S.está na net?Como um fã teria acesso antes do lançamento previsto para Outubro?Para mim isso é coisa de "chefe".
Eu tenho prazer ir as lojas gastar meu dinheiro batalhado e honesto(lá conheço musicas,musicos,conversamos,bebemospra caralho)Pode ter certeza o Moonspell faz parte da minha vivencia,sempre fiz sacrificios para obter algum material,para conseguir Under the Moonspell,tive que andar todos os dias por uma hora durante um ano economizando dinheiro do onibus,do lanche.Hoje em dia está mais fácil,não estou com o "cú cheio de dinheiro"mas todo o meu esforço foi e é válido,por respeito,amor,gratidão,voçes estão na minha pele,na minha alma!!!
Abraços!!!
Caro Fernando
...dificil comentar palavras tão dolorosamente sentidas, mas mais uma vez impossivel não o fazer!
Sem falsos puritanismos, até porque ninguem consegue viver fora ou acima da realidade dos nossos dias, e a net (com tudo de positivo e negativo que oferece) é uma realidade incontornável, importa reforçar aquilo a que me referia na semana passada, no comentário que fiz ao teu ultimo post : Fãs incondicionais e que respeitam a banda e o seu trabalho PRECISAM-SE !!
Era tambem disto que falava, quando referi o nosso dever de RESPEITO !!
Se por um lado, pouco podemos fazer contra quem, desta forma vandaliza o trabalho dos outros, podemos sempre, e penso que isso está implicito ao facto de nos dizermos FÃS, não ajudar nem colaborar com vandalos.
Sem fundamentalismos, mas com a noção exacta do que implica respeitar uma banda que se admira!Sim, meus amigos, é disso que se trata : apelar a uma relação de compromisso.
A fidelidade dos MOONSPELL ao seu publico é inquestionável. Era fantastico que o contrário tambem fosse verdade ! Fica o desafio....
Até porque, só desta forma podemos responder á altura da coragem que a banda demonstra, denunciando esta "violação"...
P.S.-a imagem da loba que defende as crias, é perfeita!!
Eu decidi nao fazer o download (até fui eu que fiz chegar a noticia de ele estar na net ao Edu), mas o album chegou-me "ás maos" e eu ouvi, não sou santo nenhum...
Apesar de tudo não acho que tenha desrespeitado os moonspell (e se o fiz não foi com essa intenção.) por ja ter ouvido o album... nem me acho menos ou mais fã por isso... e apoio a banda na sua luta contra a ilegalidade.
Para finalizar dia 12/10 lá estarei na fnac (é o hábito) para comprar o album (nas edições que sairem) como fiz com o memorial e com os trabalhos anteriores...
Abraço.
C.F.
"Somos como lobas que defendem as crias. E ninguém tem o direito de querer desprezar isso. Nem o nosso maior fã."
Para mim, basta isto, para justificar tudo o que disseste e para lamentar (mais uma) perda de um momento que só ao criador deveria estar destinado: o de revelar a sua obra.
beijo fundo (e partilha-o com a banda ;))
Como o Carlos, também não sou santa nenhuma. Ouvi o álbum e, da mesma maneira que faria se não o tivesse ouvido, dia 12 tê-lo-ei nas minhas mãos.
Toda a discussão em torno dos downloads ilegais já me parece uma pescadinha de rabo na boca. Não lhe fico indiferente, até porque na minha área profissional os direitos de autor também não são brincadeira nenhuma. Felizmente não andam por aí a circular projectos de Arquitectura no eMule. Que eu saiba. :|
Mas queria aqui deixar escrito que foi graças aos mp3 que eu conheci Moonspell, em 2002. E muito dificilmente os teria conhecido de outro modo, já que na altura eu não andava 'no meio' para ter acesso aos CD's. Escusado será dizer que fiz questão em possuir a discografia completa da banda.
Por isso acho que nesta questão as coisas não são tão lineares quanto dizer "downloads são maus" ou "downloads são bons". Mas acho perfeitamente legítimo o empenho da banda em evitar a situação de ter um álbum divulgado antes do lançamento.
Na minha opinião, o mais importante a ser feito era um controlo mais rigoroso dos destinatários das promoções, de modo a que não houvesse estas fugas prematuras. Agora como é que isso poderia ser feito, não tenho ideia. Quem me dera ter.
Desejo tudo de bom para o lançamento, e espero sempre ansiosamente pela próxima oportunidade de ver Moonspell ao vivo. :)
"woman editors"...
oh boy, i don't think i can change the woman part, but at least you know there's one out here who's not out to make sales on her magazine by putting you in it...
christine
Pois é amigo... O mundo segue inexorável rumo à falta de respeito e violação de conteúdos...
COnfesso, amigo Fernando (permite-me que te trate assim ,passe o abuso...), que já o fiz... não gosto.
Na verdade, tenho ainda um enorme prazer no acto de comprar cds: o descobrir o cd na prateleira da loja, a indecisão do "levo, não levo" o chegar a casa, retirar o plástico, o leve aroma de plástico e do booklet que acompanha o redondinho...
Por isso é que os álbuns de Moonspell, faço questão de os comprar! É verdade, mesmo que veja na net, prontinho para sacar, não o faço. Há bandas que merecem um esforço nosso.
Faço, no entanto, uma pequena passagem para o futuro, em jeito de conselho: apostem no DVD! É sempre um extra enorme.
aliás, continuamos à espera do DVD dos Moonspell. Para quando??
E outra coisa: porque não um álbum dos Moonspell ao vivo?
Um grande abraço
Pedro Junceiro
pjunceiro@destak.pt
Eu, apesar de tudo, não sou de TODO contra o download ilegal, porque este, pode muito bem tirar lucro ao autor/artista, mas por outro lado, divulga e promove a sua obra, o que poderá trazer ainda maior lucro, ainda para mais neste estilo musical mais underground, onde a sua divulgação é escassa e pouco partilhada.
Mas o lado do artista, também não me é incompreensível, porque este está no seu direito, a lutar pelo que é seu, como qualquer outro cidadão faria.
Eu confesso que conheci os Moonspell através da internet (sim, download), mas desde então tenho comprado todos os originais que consigo, porque para dizer a verdade, a vida não está fácil.
Agora um ponto que discordo totalmente, é a disponibilização para download de trabalhos que NÃO estão prontos para a exposição ao público, como é o exemplo do Under Satanae, que pelos vistos derivado a uma fuga interna, apareceu na internet.
Peço desculpa caso a minha opinião seja entendida de forma errada, mas disse o que sinto e o que penso.
Fernando
...eis-me de volta, para te dizer que tenho acompanhado (muito atentamente)tudo quanto se tem dito (aqui e no forum Moonspell) sobre este assunto!
Por estes dias, amigos proximos já me "acusaram" de fundamentalismo... Seja !!!
Neste caso "Orgulhosamente fundamentalista" e sou uma de entre a tal centena de pessoas que, seguramente, vão esperar pelo dia 12 de Outubro!!!
Não desistas (desistam) dos teus propósitos, ainda que por vezes te pareçam batalhas inglórias! Nunca o são, amigo! Não, se acreditamos efectivamente no que defendemos!!!
Força !!!!!!
Nos povos ameríndios a iniciação pode ser algo simples, como conseguir um troféu de caça, até ser suspenso por dois ganchos enfiados na pele do peito. Uma das iniciações mais simbólicas tem por nome Roda do Destino. O neófito tem que percorrer descalço um círculo de pedra. Algumas das pedras - ele não sabe quais - foram aquecidas numa fogueira durante horas. O que lhe é pedido é o exercício da acção mais determinante de um homem no mundo: caminhar...
Quem escolhe as noites? As palavras? As pedras do destino?
(Isto não é poético - mas estou com uma puta de uma ressaca. Depois envio-te o prometido.)
Abraço, foi um prazer renovado.
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