quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Cutucando o ninho da vespa

O ou a Blitz convidou-me para ser editor online por um dia e podem verificar aqui o resultado nos seguintes links:

http://blitz.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=bz.stories/70658

http://blitz.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=bz.stories/70660

http://blitz.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=bz.stories/70666


A estrutura do artigo virtual contém uma entrevista,a escolha de 3 temas de bandas que me tenham chamado atenção e respeito e três noticias que da mesma forma me despertaram o interesse.

Tenho pelo Blitz, como qualquer Português que goste ou se relacione com a música, uma relação ambígua. Já estivemos de relações cortadas no passado, já fomos capa quase forçada á direcção pelo argumento público, presentemente somos uma banda que conta com o Blitz e vice-versa, daí este convite, e que através do caminho, quanto a mim, positivo da revista e do seu portal vamos aferindo do estado da música nacional, internacional e de quem a discute e segue atentamente ou menos. Nada é perfeito, nem o Bitz mas é um presença a que recorremos inevitavelmente durante estes anos todos, para nos indignarmos ou para respeitarmos e aprendermos conforme a ocasião. O Blitz já foi justo, já foi injusto mas tornou-se quase como uma wikipedia ou um wikileaks ou wikirumours, tornando tudo ainda mais ambíguo.

Quando me fizeram o convite, aceitei e pensei. Podia fazer algo mais estéril, sem me chatear, dando uma no cravo e outra na ferradura, contando as minhas histórias como outras banda o tem feito. Ou podia falar do que me incomodava e, com ou sem glória, mandar e receber chumbo tendo, no entanto, este meio exercício, meio desabafo, meio teste pelo menos me ajudado a mim e a chegar a algumas conclusões importantes.

Ontem, quando regressava da festa de anos de um amigo, pensei nalgumas coisas que, se não se importam gostava de partilhar aqui, num meio próprio, que seja meu e no qual eu esteja inteiramente integrado.

Primeiro fiz uma espécie de postulado para os haters:

1- Os haterz são uma espécie de snipers. Atiradores anónimos que ficam muito mas mesmo muito zangados se evitamos ou nos defendemos das suas balas ou, poir ainda, se disparamos de volta.

2- Encontro-me no meu pleno direito de achar uma merda quem me acha uma merda. (isto inclui miss daisies, kords, jeronimos e nóias outros que hoje recordo mas para a semana já estarão esquecidos)

3- Acho que muita gente dessa na minha posição seria como eles me pintam: arrogante, burro, lamechas, queixinhas. Acho não, sei disso. Na mesma ordem de ideias muitos gostavam de ser como eu. O contrário não se aplica.

4- Com tanta coisa que há para falar (mesmo nestes links) não se falou de muita coisa.

5- Sou um espírito livre. Estou e canto onde quiser. Não tenho de ir vingar as misérias da minha vida e mente para um forum.

Posto isto, devo dizer que foi, pelo menos, um sucesso para mim ver a carapuça enfiar e os haters sairem debaixo das rochas que habitam. Nunca foi minha intenção queixar-me, mais, creio eu, pensar soluções e relatar injustiças mas também experiências que, ingénuo, julgavam que iam agradar e fazer bem à cena musical Portuguesa e ao Metal em particular. Enganei-me e saí da Loud por isso. Exagerei muitas vezes, claro, mas sou claro ao dizer que a vida de um músico em Portugal é profundamente mal-entendida e que a generalidade das pessoas não faz ideia do que é estar num grupo com responsabilidades. A vida é fácil para quem não faz e não aparece.

Tudo isto vindo de pessoas que, a maior parte, fazem o que não gostam toda a vida e acusam os outros de traição a uma causa. Para se fazer o que gosta na vida e na música tem de se fazer o que não se gosta, vezes e vezes sem conta. Em nome de uma fome maior, nem sempre entendida, nem sempre explicável.

Finalmente, acho que devo às pessoas que acompanham de forma positiva a minha carreira, algo mais do que esta guerrilha aos haters. Mas acho que me devia a mim, aos meus colegas, a todos os músicos, à minha familia e à minha mulher, estas palavras, tirando um peso do peito e da cabeça e deixando todos saberem que há quem esteja atento e não se importe de dar combate a quem quer estragar a magia que existe em fazer, ouvir e viver música.

Um abraço a todos!

5 comentários:

Tiago Anjos disse...

Como Fã entusiasta da Banda e em muito Particular do percurso que traças Fernando, confesso que me custa muito (sinceramnete) os ataques maliciosos, os comentários ofensivos, todas as coisas a que se continua a assistir, envergonha-me continuar a assistir à falta de respeito a opiniões diferentes e à pouca margem de manobra que se dá ao facto de se gostar de algo diferente!
Custa-me e sinto como que um murro no estomago cada ataque tecido (porque quando se é seguidor de corpo e alma de umprojecto desde sempre vive-se intensamente), mas recompensa ver-te sempre sair ao Teu nível de páginas mais cinzentas e seguires rumo ao triunfo! Não espero menos de Ti!
Assim num pedido muito forte, não disperses atenções e energias naquilo que nada tem de essência e brinda-nos o mais brevemente possível como novo Album, porque aqueles que interessam estão sempre por cá!

Grande Abraço

sos disse...

Muito bom... Há que tomar posição e reagir.
Respeito total para quem vive com atitude e sem medo do que os outros possam vir a pensar como se isso fosse de alguma forma importante e relevante.
O mais importante indiscutivelmente é estar de consciência tranquila e ter o sentimento de missão cumprida digam o que disserem.
' Bien faire et laisser dire... '

Trebaruna disse...

Por vezes, gostava que Portugal estivesse no norte do mundo, pois acredito que dessa forma seguiriamos uma linha de pensamento evoluído e nobre, ou seja, iriamos valorizar o que realmente importa: a arte.

Mas como isso não é possível, ou nos defendemos, como tu tens feito ou ignoramos e lembra-te:

"O insignificante presume dar-se importância maldizendo de tudo e de todos." Marquês de Maricá

Spleen disse...

A caravana passa e os cães ladram

Esses pseudodefensores de causas são os primeiros a irem contra a sua pseudocausa, pois têm uma mente fechada de um caminh só...o caminho do abismo...

Continua fernando

Oni Guerreiro disse...

Entendo perfeitamente o que é ser julgado sem fundamento, pois também tenho a experiência de escrever artigos controversos para a revista VERSUS, e haver público pouco contente com isso.
Quanto ao tema "haters" considero uma autêntica cobardia e uma ignorância extrema da parte de quem o é. Tal deve-se, maioritáriamente, à facilidade em obter informação, muitas vezes errada, e tomá-la como sagrada, ou até distorcê-la, achando-se sempre detentores da verdade maior, tal qual bestas com palas nos olhos a carregar uma carroça de "manias e fixezas" e sempre na segurança do seu sofá e computador em casa, regra geral no anonimato. Rara é a vez que algum hater dá a cara, e muito infima é a probabilidade deste o fazer pessoalmente, e quando o faz utiliza a violência como argumento de defesa. Duma maneira sumária é assim que vejo os haters, e cabe então a nós, fãs e viventes da música e mais concretamente do Metal, defender os nossos ideais e princípios e não deixar a boa educação e camaradagem falecer nas mãos desta sociedade cada vez mais acabada.